Física
16/04/2008
Buraco negro de bolso
Embora ainda sejam fonte de muitos mistérios para os físicos teóricos, os buracos negros são bastante populares. O livro Buracos negros: rompendo os limites da ficção, dos físicos George Matsas e Daniel Vanzella, acaba de ser lançado com o objetivo de fornecer ao grande público informações acessíveis e cientificamente rigorosas a respeito desses objetos astrofísicos.
Na obra, Matsas, que é professor do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo, e Vanzella, que é professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos (SP), procuraram associar concisão, clareza e precisão.
“O livro faz parte da coleção Ciência no Bolso, voltada para divulgação científica. Nossa intenção foi tratar do tema com a devida precisão, com a máxima clareza e de forma concisa, por ser a coleção voltada para o grande público”, disse Matsas à Agência FAPESP.
Como o livro é voltado para o público não especializado, a principal preocupação consistiu em delimitar claramente o que é conhecido pela ciência sobre o tema. “O público ouve falar muito sobre buracos negros, mas não sabe separar a ciência sólida da especulação. Procuramos fazer essa distinção”, afirmou.
A primeira metade da obra prepara o leitor para entender a gênese e os conceitos básicos envolvidos com os buracos negros. “Fazemos uma viagem por toda a ciência básica, passando pelos gregos, Galileu, Newton e Maxwell, até chegar à relatividade geral e uma de suas conseqüências mais diretas e revolucionárias, que é a descoberta do buraco negro”, disse Matsas.
Na segunda metade, os autores se dedicam a explicar como se formam, onde estão e quais são as características desses objetos. “Também discutimos como os buracos negros poderão ajudar a avançar em um dos grandes problemas da física moderna, que é a gravitação quântica – que compatibilizaria a teoria da gravitação à mecânica quântica”, explicou.
Segundo o professor da Unesp, embora os buracos negros sejam considerados entidades exóticas, eles ganharam junto ao público um status tão grande quanto outras estruturas da natureza, como os elétrons ou o DNA.
Concebido pelo físico alemão Karl Schwarzschild, em 1916, o conceito de buraco negro foi rejeitado por cientistas como Albert Einstein, de acordo com Matsas. Hoje, no entanto, eles são amplamente aceitos. “Em 1939, Einstein escreveu que os buracos negros não poderiam existir. Hoje, é impossível pensar em astrofísica sem eles”, disse.
* Buracos negros: Rompendo os limites da ficção
Autores: George Matsas e Daniel Vanzella
Preço: R$ 22
Informações: www.vieiralent.com.br/buracos.htm
Fonte: Agência FAPESP