Física
17/12/2008
Cientistas vêem buraco gigante no campo magnético da Terra
Cientistas sabem há tempos que o campo magnético é poroso e, às vezes, deixa passar fluxos de partículas emitidas pelo Sol. Essas torrentes podem causar auroras brilhantes, danificar sistemas de comunicação e pôr em risco satélites e astronautas no espaço. Em 1998, um blecaute que atingiu parte do Canadá foi causado por uma tempestade solar.
Observações feitas pelos Themis mostram que o campo terrestre apresenta, de tempos em tempos, duas rachaduras que permitem que o vento solar - um fluxo de partículas dotadas de carga elétrica que se derrama do Sol a uma velocidade de quase 2 milhões de quilômetros por hora - penetre na atmosfera.
No último verão do hemisfério norte, Themis calculou que a camada de partículas solares tinha uma espessura de 6,4 mil quilômetros na parte mais externa da magnetosfera terrestre, a maior brecha já vista no escudo.
"Estava crescendo bem rápido", disse a cientista Marit Oieroset, do programa Themis. Essas brechas são temporárias e a que foi observada no ano passado durou cerca de uma hora, declarou.
Cientistas acreditavam, inicialmente, que a maior brecha surgia quando os campos magnéticos da Terra e do Sol tinham orientações opostas, mas dos dados de Themis provaram que o contrário é verdade.
Vinte vezes mais vento solar passa pela escudo quando os campos estão alinhados, disse Marit.
Os resultados deverão afetar os prognósticos de tempestades solares e seus efeitos nas redes de eletricidade, telecomunicações e atividades espaciais.
Fonte: Estadão