Disciplina - Física

Física

05/03/2013

Aprender física pode ser divertido

Física, química e matemática são algumas das matérias mais rejeitadas pelos alunos, por serem consideradas “chatas”. Essas disciplinas na área de ciências exatas são as menos populares entre a maioria dos jovens pelo seu grau de dificuldade, e muitas vezes pela falta de percepção dos alunos em relação ao que esses conhecimentos lhes podem ser úteis na vida. Mas essa relação entre aluno e matéria pode ser diferente.

O Futurando desta semana traz uma reportagem mostrando um projeto no qual alunos aprendem física na prática. Técnica que está desmistificando a disciplina, transformando a aula em algo divertido e ajudando jovens a escolher uma profissão.

A Física surgiu da curiosidade humana em compreender tudo o que existe ao seu redor. Como funciona a natureza e a utilidade de tudo o que há nela foram os questionamentos que moveram os primeiros pesquisadores. Entender fenômenos naturais, como a chuva, os raios, os ventos, além de saber que força é essa que não nos deixa sair flutuando, serviu de inspiração para as pesquisas nessa área. Os gregos foram os pioneiros na formulação de teorias a respeito, mas, na época, ao invés de física, esse campo do conhecimento era chamado de Filosofia Natural.

Olhando para o passado é que professores estão encontrando as respostas de como fazer da aula um momento interessante e de descobertas para os alunos. A curiosidade parece ser a chave para o sucesso. O professor Tiago Kalile diz que é necessário “chacoalhar a cabeça dos alunos para tentar despertar novamente a criança curiosa que há escondida dentro deles”. Kalile cursa bacharelado em física na Universidade de Campinas (Unicamp), mas já dá aulas em cursinho pré-vestibular há quatro anos e tem um blog que ensina a fazer física em casa.

As pessoas que se interessam por física são curiosas por natureza, como as crianças que perguntam o porquê de tudo. Mas muitos jovens precisam redescobrir essa característica, já que a maioria tem dificuldade de enxergar os fenômenos em seu cotidiano. Ver, tocar, sentir e testar experimentos ajuda os alunos a entenderem do que se trata o assunto, fazendo com que a aula seja mais agradável, e até mesmo divertida. Essas experiências propostas por professores têm revelado um interesse maior por parte dos alunos, além de ajudar no aprendizado.

Kalile cita a própria experiência como exemplo para mostrar como a física é impulsionada pela curiosidade: “Eu sou uma pessoa que presta atenção em pequenos fenômenos a meu redor. Quando estava lavando louça, um aro metálico formava uma película de detergente e eu conseguia atravessar a película com meu dedo sem estourá-la. Chamei minha esposa e pedi que ela fizesse a mesma coisa. Assim que ela encostou seu dedo, a película estourou. Então expliquei que isso ocorreu pelo fato de meu dedo estar lambuzado de detergente e o dela não.”

Essa experiência cotidiana fez o professor ter a ideia de criar o blog Física em Prática, no qual compartilha experiências simples, que podem ser feitas em casa. Assim, ele estimula o interesse do público pela matéria, de forma descomplicada e divertida.

A técnica de fazer os alunos experimentarem o que estão aprendendo é importante também para os que sofrem com o fraco sistema de ensino público em seu país, como o Brasil. No curso pré-vestibular, Kalile ministra aulas para turmas carentes. O que é um grande desafio porque esses alunos trazem uma experiência desestimulante do sistema de educação e tem muita dificuldade com disciplinas na área de exatas. Por isso, o professor separa 20 minutos de cada período para fazer pequenos experimentos, pois é a parte que os estudantes mais gravam.

É fundamental que professores consigam reverter a falta de interesse dos alunos em ciências exatas. “Os experimentos chamam mais a atenção dos alunos do que um quadro e um giz”, defende Kalile.

Esse modo de dar aula, que não é novo, pode ser empregado por todos os profissionais na área da educação. Além de interesse pelas matérias, alunos poderão ter noção da prática de diversas profissões. Com isso, eles terão mais opções para definir que caminho seguir, afinal, ninguém escolhe aquilo que não conhece.

Esta notícia foi publicada em 02/03/2013 no site http://www.dw.de. Todas as informações contidas são de responsabilidade do autor.
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